3 de abril de 2008

GOG lança Cartão Postal Bomba, Higo fala sobre Beats D' Melo e Guego lança seu myspace.



• GOG, o poeta do hip hop nacional, como é conhecido no meio, adota o pague-o-quanto-quiser para promover o download de “Cartão Postal Bomba”, CD ao vivo gravado em Brasília, seu novo lançamento, através do seu site oficial. Um disco que não tem preço de valioso que é. Que prima por rimar liberdade autoral com identidade nacional.

Engana-se quem pensa que GOG pegou carona na
“moda” lançada pelo Radiohead. Ele conhece bem os meandros da divulgação musical alicerçada pela ação colaborativa. É dono da Só Balanço, mix de gravadora, estúdio e loja de discos, mantida, segundo GOG, sob um modelo de autogestão junto aos artistas que lança. O manifesto libertário, como se vê, faz parte de sua obra.

Para GOG, nascido Genival Oliveira Gonçalves, em Brasília, o lançamento comemora os seus 25 anos de militância no cenário independente nacional. Carreira que ostenta um marco no meio hip hop: o álbum Tarja Preta, lançado em 2004, que rendeu a GOG o
Prêmio Hutúz de melhor disco do ano. A capa diz tudo. Informa ao consumidor que ali “contém 23 faixas extraídas da raiz musical brasileira”. E sendo remédio de tarja preta, cabe advertir: “venda sob prescrição periférica”. É remédio forte que convém (licença, Wado).

Em “Cartão Postal Bomba”, seu sétimo disco, GOG faz ao vivo o proposto em “Tarja Preta”: coloca o hip hop nacional no colo da MPB. Para tal, cria diálogos à prova de ruídos entre universos musicais aparentemente distintos. Como provam “Lei do Gérson”, “Eu e Lenine (A Ponte)”, “Brasil com P”, com participações especiais de Gérson King Combo, Lenine e Maria Rita, respectivamente. São músicas que depõem contra o estereótipo do hip hop carrancudo, sombrio. Mas que não aliviam a contundência do discurso de quem versa sobre o que sente na pele. Em síntese: múltiplas formas de violência social. Temática recorrente no hip hop que nas crônicas poéticas de GOG instigam seu pressuposto revolucionário.

Poeta, cronista, compositor, produtor, GOG tem excelência de autor, ou melhor, como diria o escritor argentino Jorge Luis Borges, é um fazedor. Isto porque sabe harmonizar os elementos necessários para propagar suas mensagens. Peculiaridade de maestro. Sabe, por exemplo, que precisa da verve romântica de Paulo Diniz para sublinhar a carga dramática de “Quando o Pai Se Vai”. E funciona: a exarcebação do cantor leva às lágrimas.

É, “Periferia Tem Talento” (faixa do “Aviso às Gerações”, de 2006) e também a ciência rimática dos MCs Rapadura e Lindomar 3L. Ou seria melhor chamar de arte o improviso típico da embolada dos interiores do Brasil que eles dominam e representam tão bem? Sendo mestres ou artistas, o certo é que GOG aposta nos moleques. Tanto que serão as próximas atrações da gravadora Só Balanço.

Certamente é para estas produções que deverá seguir parte da arrecadação do “Cartão Postal Bomba”. E assim caminha a música periférica brasileira, compartilhando e multiplicando ações. Incluindo. É como GOG pavimenta a trilha dessa música que contesta e subverte a dura (des) ordem social.

Baixe “Cartão Postal Bomba”, de GOG.

Fonte: Submusica


• Em momento de muitas divulgações, Higo decidiu antecipar o lançamento do seu álbum instrumental Beats D’ Melo, e amanhã estará sendo lançado em primeira mão aqui no blog. Não percam!


• Outra novidade é que o cantor de soul Guego acaba de estrear seu myspace que conta com uma única canção “História de Amor” mas promete voltar a todo vapor para continuar a saga de suas produções ao lado de Piliph Neo.

Guego - myspace


- Linca.

 

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