21 de maio de 2008

Contra Fluxo lança disco duplo, O Hip- Hop e o Artivismo por Pavão, BSBGirls e o projeto Hip-Hop Fusion e o lançamento da revista Grifo.


Um dos nomes mais interessantes do rap alternativo hoje, o Contra Fluxo disponibilizou todas as faixas de seu elogiado segundo álbum, SuperAção, para download na página do grupo na TramaVirtual.

São 35 faixas divididas em dois discos (os singles também fazem parte de SuperAção). O disco 1 conta com faixas em que os quatro MCs (Munhoz, Ogi, Mascote e Deja Vu) dividem os microfones em cima de bases tocadas por DJ William e DJ Big Eddy. Esse disco ainda tem participação de gente como Rodrigo Brandão e Espião (Rua de Baixo). Já o disco 2 é uma coletânea de mixtapes em que os quatro se dividem, ora sozinhos, ora em duplas, acompanhados de inúmeros convidados

Leia mais em:
TramaVirtual

Fonte: Toca Ae


• Fala negrada!! Pra quem não me conhece, me chamo Pavão e sou diretor executivo do Coletivo Aquilombando para a valorização da cultura negra aqui no DF. Sou mc, poeta, cantor, escritor, desenhista, filmaker, capoeira e “artivista” negro. Eu gostaria de falar mais desse último item que mencionei, o “artivismo”. Mas o que seria o artivismo? Manos e minas, trocando em miúdos, ser artivista é o que nós, envolvidos com a cultura hip hop somos. É o que fazemos. Militamos através da arte.

Diga-se de passagem que essa é uma herança africana. Se pararmos para observar, todas as manifestações de resistência negra no Brasil estão ligadas a arte e vice-versa. O capoeira desafia a ordem do senhor de engenho quando troca os pés pelas mãos, ele fica fora do eixo que foi imposto. O Bumba Meu Boi e o Boi Bumba tem uma conotação de baque, o boi volta dos mortos e dá uma pancada, um “bumba” ou “bumbá” no fazendeiro que o deixou morrer. E o hip hop? Mano, como diria o Japão do Viela 17:
”Hip Hop é isso, é todo o dia e toda hora, é ir pro trabalho, é pegar baú lotado, é chegar cansado em casa, tomar umas com os amigos no bar(...)”.

Nos divertimos quando estamos no baile, mas as nossas ações antes e depois do baile é o que realmente nos ligam ao verdadeiro hip hop. Fazemos arte da nossa vida, criamos música com as nossas histórias de vida, damos ritmo ao corpo com os nossos movimentos, pintamos os muros com as nossas idéias e símbolos.

Tem uma geral que não partilha da mesma idéia. Certa vez fui a uma entrevista que o GOG deu ao senador Cristóvão Buarque. Em uma das perguntas o senador perguntou ao GOG se o hiphoper era um artista. A resposta do irmão foi alta e clara:” quem faz hip hop não pode ser artista!”. Respeito o GOG, uma das ótimas cabeças do hip hop nacional, mas discordo em número, gênero e grau. Somo artistas sim. Negar isso é dar razão a antiga e preconceituosa noção de quem faz arte é só quem estudou em um banco de universidade ou tem diploma.
Mesmo que na intenção de nos diferenciar da arte feita por quem está no mainstream (e não se enganem, somos muito diferentes mesmo), temos que assumir: somos ativistas sim, mas também somos artistas, produzimos arte, produzimos cultura! Não fazemos apenas arte pela arte, “temos um compromisso”, como diria Sabotage. Assumindo isso, sem vergonha ou timidez do que fazemos, daremos um passo muito importante como artivistas que somos.
- Pavão


• Mais uma iniciativa das mulheres do hip hop do Distrito Federal. Desta vez o grupo BSBGIRLS sai na frente. A Grio Produções tem a honra de ser parceira do projeto Hip Hop Fusion, que constitui um fórum de tres dias com aulas e debates estrategicos pra o futuro do breaking feminino, além de discutir papel da mulher na cultura hip hop e na sociedade.

O Projeto Hip Hop Fusion é realizado desde 2005 pelo grupo Brasil Style B.Girls (BSBGIRLS), formado em 2003 e primeiro de Breaking do Distrito Federal composto exclusivamente por mulheres. O BSBGIRLS visa incentivar a prática do Breaking entre o público feminino, divulgando-o e contribuindo para o fortalecimento da cultura Hip Hop no Brasil, através da Arte-Educação.

Em 2008 acontecerá de 23 a 25 de maio, no Distrito Federal, o I° Fórum Hip Hop Mulher: debates necessários, onde serão abordados diversos temas. Entre os objetivos está divulgar e fomentar interesse e nível técnico de dança entre as mulheres que praticam ou pretendem praticar breaking.

As atividades serão finalizadas com um workshop de 3 horas de Dança Afro e Break, com aulas praticas e explanações sobre a cultura afro brasileira, afro americana e suas semelhanças. Todas as atividades serão registradas e documentadas, uma ação do BSBGIRLS em parceria com a Grio Produções e Rede Aiyê Hip Hop, através do seu Núcleo de Mulheres que fará uma discussão compartilhada sobre a importância do papel das mulheres para o Movimento Cultural Hip Hop.

Nos dias de evento, pretende-se, pra alem dos worshops, promover debates importantes e proporcionar vivências artístico-crítico-culturais para as mulheres, utilizando como recurso didático pedagógico o Hip Hop em seus quatro elementos (Rap, Break, Graffiti e DJ) e dando ênfase ao Breaking, e gerando assim, políticas públicas neste segmento cultural.
Por meio de oficinas, workshops, shows e competições, entre outros, o Projeto Hip Hop Fusion Mulher com a apresentação do I° Fórum Mulher Hip Hop: debates necessários, incentivará a prática do Breaking entre o público feminino, divulgando-o e contribuindo para o fortalecimento e profissionalismo da Cultura Hip Hop. Assim se espera que esta modalidade seja reconhecida como dança moderna e contemporânea, uma vez que possuem o mesmo nível técnico.

Servico:

Hip Hop Fusion
Data: 23 a 26 de maio
Local: Sede da ONG Ação Esperança (AESP) CR21 Lote 05 Vale do Amanhecer, Planaltina-DF
Hora: 14h
Informacoes: 92924320



• Nesta quarta-feira, 21, a Agência Laboratório lança a revista Grifo no Centro Cultural da UFMT às 18h. Na ocasião, serão distribuídos os primeiros exemplares da revista e acontecem os shows de Vidallucinex, projeto de música experimental.A revista se propõe a ser experimental “toda a Grifo está em permanente versão beta, estamos testando nossas percepções de comunicação impressa e vendo até onde elas funcionam” diz Talyta Singer, da equipe de redação da revista.
A publicação privilegia a produção textual e a linguagem opinativa, além de abrir espaço para publicação de artigos científicos e manter uma seção para divulgação da produção artística literária e visual.A revista foi produzida pelos estudantes que criaram a Agência Laboratório, coletivo de comunicação do Movimento Panamby (www.movimentopanamby.wordpress.com). O projeto faz parte do MIC (Mídias Integradas Cuiabanas) e tem como foco a comunicação alternativa e a capacitação prática.

Confira o resto da matéria no blog Hip-Hop Fora do Eixo
 

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